domingo, 19 de agosto de 2012

CIDADES DO BRASIL : LAGUNA/SC

LAGUNA de ANITA GARIBALDI
Ana Maria de Jesus Ribeiro nasceu a 30 de agosto de 1821, em Morrinhos do Mirim, município da Laguna. O pai, Bento Ribeiro da Silva, era de São José dos Pinhais, no ParanáTropeando pelas paragens da Laguna, conheceu Maria Antônia de Jesus Antunes. Casaram-se na cidade de Lages. Quando a família veio para o Mirim, Aninha não havia nascido ainda.

Com a morte do pai, Dona Maria e Aninha mudaram-se para a Vila da Laguna, mais precisamente para a Carniça (hoje Campos Verdes), nas proximidades da foz do Rio Tubarão. Para a Vila vieram somente Aninha e sua mãe, indo morar na rua do Rincão, hoje Fernando Machado. Depois da morte do pai, a situação financeira da família, que já não era das melhores, piorou. Aninha, de personalidade forte e altiva, tornou-se um problema para a mãe. 

Certa vez, aos 13 anos, quando voltava da praia, onde fora buscar siris, foi seguida e atacada por um homem de nome João, reagiu e, após desvencilhar-se, foi queixar-se à polícia, onde não foi levada a sério. Depois do acontecimento, Aninha virou alvo da maledicência da população local. Sua mãe, preocupada com a reputação da filha e vendo um futuro melhor para a família, prometeu-a em casamento para Manoel Duarte de Aguiar, sapateiro local, conhecido por Manoel dos Cachorros

Ele tinha quase o dobro da idade de Aninha, que resistiu à ideia do casamento, mas acabou concordando com sua mãe. Mesmo contra sua vontade, casou-se com Manoel no dia 30 de agosto de 1835, na Igreja Matriz de Santo Antônio dos Anjos. O casamento com Manoel transformou a vida de Aninha num verdadeiro tormento, arrastando-a para a infelicidade. 

A casa onde Aninha vestiu-se para as núpcias, localizada ao lado da Matriz abriga, hoje, fotos pertences e documentos que contam a história da heroína.
Com a explosão, no Rio Grande do Sul, do movimento dos farrapos contra a monarquia, e em favor da república, Manoel aliou-se às forças imperiais e seguiu com o exército, abandonando Laguna e sua esposa. Depois que foi embora com o exército, Aninha nunca mais soube notícias do marido. 

Com a Proclamação da República Rio Grandense, em 1836, a necessidade de um porto marítimo ensejou a tomada da Vila da Laguna. No dia 22 de julho de 1839 Garibaldi venceu as forças imperiais e tomou a Vila da Laguna, proclamando em seguida a República Juliana. O prédio onde ocorreu o ato abriga atualmente o Museu Anita Garibaldi.

Aos 18 anos, Aninha conheceu o destemido guerreiro italiano Giuseppe Garibaldi. Seu encontro com ele resultou em amor à primeira vista, dando origem a um dos mais belos laços de amor e dedicação. Quando conheceu Aninha, Giuseppe passou a chamá-la de Anita, diminutivo de Ana em italiano. Nascia então a guerreira Anita Garibaldi, que, mais tarde, entraria para a história como a Heroína dos Dois Mundos. Ao lado de Garibaldi, Anita guerreou e, em 16 de setembro de 1840, lhe deu seu primogênito, Menotti. Casaram-se a 26 de março de 1842, na Igreja de São Francisco de Assis.

Anita teve mais três filhos, Rosita, Teresita e Riccioti. Em meados de 1849 vai a Roma e, ao lado do marido, guerreia pela unificação da Itália. Grávida pela quinta vez, e muito doente, Anita não aceita abandonar seu companheiro de lutas, dando mostras de coragem em lances de bravura frente aos inimigos austríacos. 

No dia 4 de agosto de 1849, num sábado, por volta das 19:45h, contando com vinte e oito anos de idade, nos braços do homem que tanto amou, longe dos filhos, num quartinho do segundo pavimento da casa dos irmãos Ravaglia, em Mandrioli, Anita Garibaldi faleceu, entrando para a história como a Heroína de Dois Mundos. Admirada no Brasil e reconhecida como heroína na Itália, onde morreu.

Anita foi soldado, enfermeira, esposa e mãe e, em todos os papéis, suas batalhas sempre foram travadas em nome da liberdade e da justiça.

Foto: Duna Cunha
Texto: Gil Imóveis

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